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074 - Vida de Oração, Tg. 5
 

“Está alguém entre vós aflito? Ore...” (v. 13a)

Aflição é um sentimento de agonia, sofrimento intenso, preocupação ou desassossego por alguma coisa que afeta a nossa vida direta, ou indiretamente. Estado de espírito. Ninguém está imune de senti-lo. De certa forma, espiritualmente falando, até justificável, pois assim temos a compreensão de que é imprescindível termos uma vida de oração e comunhão com Deus, que é a única alternativa de livramento de um mal que aflige todos os homens.

A aflição faz com que a alma do homem se aproxime de Deus. Ninguém que vive uma vida muito boa, que tem todas as facilidades, que vê atendidos todos os seus anseios, normalmente compreenderá que precisa viver para Deus. A transformação do entendimento, a mudança de mentalidade, elas nascem nos momentos das grandes aflições e angústias. Somente o convencimento do Espírito Santo é capaz de gerar no coração do homem o desejo para as coisas celestiais.

Davi, no Salmo 102, retrata a sua grande aflição: “Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia eu que eu clamar, ouve-me depressa” (v. 2). Ele pedia socorro. Tinha pressa. Estava muito aflito e expunha a sua grande necessidade e precisava de uma resposta imediata, buscando uma intervenção de Deus. “Já os meus ossos se pegam a minha pele, em virtude do meu gemer doloroso” (v. 5). Os sofrimentos trazem reflexos físicos indesejáveis que resultam em gemidos e dores. “E atender a oração do desamparado e não desprezar a sua oração” (v. 17). Ele encontra a saída para a sua necessidade. A oração responde ao anseio da alma do homem.     

O apóstolo Paulo foi “PhD” em sofrimento e tribulação. No dia do seu encontro com Jesus, seria profetizado isto. “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At. 9:16). Ele conscientiza Timóteo da nossa vocação (ministério) e o que passaríamos “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerra. E, se alguém milita, não é coroado se não militar legitimamente” (2 Tm. 2:3-5). O amor a causa de Jesus é para sofrimento. A guerra está travada. Oposições tem se levantado. Mas o justo juiz nos dará a coroa de vitória naquele grande dia.

Como se tudo isto não bastasse: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Tm. 4:5). A aflição traz um grande aprendizado. Levar a semente, a boa nova, a boa notícia, e sobretudo ganhar almas é a obra de um evangelista. Seu prazer se resume nisto. O sofrimento faz parte da escola da vida, desde o nascer até o morrer, mas a nossa vida de comunhão e intimidade com Deus, nos fortalece para atravessarmos o sofrimento. Não existe outra escola. Aprendemos assim. Concluindo, Paulo diz: “...e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo...” (Cl. 1:24). Nada mais precisaria ser dito. Suas grandes experiências eram reflexos daquilo que ele vivia e pregava.     

Jesus nos dá a grande lição de como enfrentar a aflição. “Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo” (Mt. 26:38). No momento da grande dificuldade a oração é um recurso indispensável. Ela é o veículo que estreita o nosso relacionamento com Deus. Espiritualmente sem ela não existimos e nos tornamos presas fáceis dos ataques e investidas do nosso grande inimigo. Vivemos um momento de oposições. Mas a Palavra diz: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm. 8:18). Jesus breve vem! O tempo do fim se aproxima. Agora é tempo de oração e de consagração, de vida no altar do Senhor. É tempo de vida de oração.